"Não!" É tudo que eu consigo pensar o tempo
todo... Como uma ordem. “Não” para tudo que dizem, para tudo que me prometem,
para os juramentos, para cada fala que diz o quanto eu sou importante. Esse
“não“ que ecoa na minha mente, que assombra meu espírito, que me faz recuar
para cada oportunidade de felicidade, mesmo que eu vá em frente. Contraditório.
Eu finjo. Finjo existir, acreditar, seguir em frente... Finjo que aquela música
me faz bem, que eu estou revigorada, que eu tenho planos. Eu não tenho nem alma. Esse “não” que soa tão
imperativo, que significa “Não acredite nessa menina”... “Não acredite nesse
menino”... Todos eles mentem, todos estão mentindo... Até eu. Mentindo para mim
mesma com essas opiniões bem formuladas, com esse português bem escrito. É tudo
pose para me sentir importante pelo menos 10 minutos. Para iludir a mim mesma e
me fazer pensar que sei de alguma coisa. “Não sabe de nada”. Eu estou apenas em
uma crise... Não há lucidez nas minhas palavras. No fundo, eu acredito naquele
moço que me espera na porta da escola, no “eu te amo” da minha irmã, na
inteligência, no estranho que passa por mim na rua. Mas me encontro
absurdamente miserável nesse momento. Tudo se esvai com a cegueira das minhas
tristezas momentâneas, todas as minhas crenças vão embora enquanto eu remoo
minha crise idiota de identidade. Eu sou uma doente, uma miserável, egoísta.
Sou deprimente. Mas é só uma tempestade, só isso... Eu digo isso sempre. Não
leve a mal o que eu disse, é só uma crise. Não há lucidez nas minhas palavras.
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